MATA-BORRÃO

Na nossa selva de concreto

abominamos os derradeiros,

eles não têm vez,

nem aceitamos o talvez

bajulando os primeiros.

Uma cegueira,

uma surdez.

Mudos,

deixamos que os ventríloquos

falem por nós.

Revolucionários,

pichamos o mata-borrão.

Seguindo as manadas,

pisoteamos os jardins

para apreciar

a paisagem morta.