Minha bailarina
Como cego na distância dessa saudade/
Com o meu coração te vejo, tão pequenina/
Minha linda menina/
A correr sem parar na ponta dos pés/
Inocente e fieis/
Procurando com os olhos desejosos/
Na porta que dá para rua/
O Pai, chegar de surpresa/
Pra fazer nascer no rosto da alma aquela alegria/
Enquanto esse dia não chega/
Ela ensaia, a bailar no quintal com Margarida e Rosinha/
Quando não, sob as vozes da noite/
Sob a inquietude do coração/
Pede a sua mãezinha, que ligue pro seu paizinho/
Dizendo que o medo não a deixa dormir/
Mas não é medo Sophia/
É saudade, saudade/
Identifica a sua mãe/
Em cada ligação/
Fica sempre a sensação/
Do amor desenhado em recortes de papeis/
Que em sua dança feita em pinceis/
Reinventar o correio/
E as cartas vão parar na gaveta do pai/
Que espera ansiosa o dia da volta/
Como a chuva que trafega nas folhas/
E respinga na janela do quarto dizendo sempre/
Vai bailarina, vai minha menina/
Corre ao encontro dos braços abertos/
Brinca de rir e deitar com ele na rede/
Jogar travesseiros e pular na cama/
Pra não dizer até amanhã/
É melhor dizer, boa noite, te amo/