XVI

Hoje é tudo reciclável

Descartável

Das pessoas, das astronaves

Aos carros

Nada parece ter sentido

No velho renascido

Em um outro carnaval

A nova falange industrial

Que desperta na fumaça das fábricas

Embaçando a sala, a cozinha

Dessa gente faminta

Transvestindo a fome

Em cada barriga

O coração já não excita

Mecanismo morto

A dor desvestida

Não mais aflita

Tudo se complica

Jogaram meu coração no cesto dos orgânicos

Porque o amor não se recicla

JJuliano
Enviado por JJuliano em 27/04/2019
Código do texto: T6633504
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