XVI
Hoje é tudo reciclável
Descartável
Das pessoas, das astronaves
Aos carros
Nada parece ter sentido
No velho renascido
Em um outro carnaval
A nova falange industrial
Que desperta na fumaça das fábricas
Embaçando a sala, a cozinha
Dessa gente faminta
Transvestindo a fome
Em cada barriga
O coração já não excita
Mecanismo morto
A dor desvestida
Não mais aflita
Tudo se complica
Jogaram meu coração no cesto dos orgânicos
Porque o amor não se recicla