Ocaso
Alastrou-se o entardecer
Despido de formas
Em teu excelso anonimato
Que permeia a todos com os seus mananciais de luz
São espectros de sóis avermelhados que se equilibram no éter
Reverberando o vasto ocaso
E em tua ampla expressão da verdade
Convida-nos para o recolhimento, introspecção, contemplação
Teu saudoso silêncio de espaço intimista
Desfaz as fronteiras e desconstrói com todas as formas de apartação
Cabe-nos a observação
O desvencilhamento das personas, da hierarquização, da mente insidiosa, dos véus da ilusão
Conceder abertura para o ser, entrar em estado de genuína ação, integração
Sua aquarela de cores, lumeia todas as epidermes, rompendo com a sociedade dos muros, da diferenciação
Dessa selva de concreto com ares de segregação
Pois onde constroem privilégios
Faz-se morada das sombras, diminuta plataforma da divisão
E ele sempre vem,
Verticalizando beleza a todos, jorrando amor e luz
Fomentando reações internas calorosas
Que alenta, nos envolve, nos seduz
Teu brilho nunca cessa, entra em crise, ou se reduz
Pois é fonte abundante, compartilhada a todos
Nobre astro que não é ao acaso
Ser o "O-c-a-s-o" ...