Ocaso

Alastrou-se o entardecer

Despido de formas

Em teu excelso anonimato

Que permeia a todos com os seus mananciais de luz

São espectros de sóis avermelhados que se equilibram no éter

Reverberando o vasto ocaso

E em tua ampla expressão da verdade

Convida-nos para o recolhimento, introspecção, contemplação

Teu saudoso silêncio de espaço intimista

Desfaz as fronteiras e desconstrói com todas as formas de apartação

Cabe-nos a observação

O desvencilhamento das personas, da hierarquização, da mente insidiosa, dos véus da ilusão

Conceder abertura para o ser, entrar em estado de genuína ação, integração

Sua aquarela de cores, lumeia todas as epidermes, rompendo com a sociedade dos muros, da diferenciação

Dessa selva de concreto com ares de segregação

Pois onde constroem privilégios

Faz-se morada das sombras, diminuta plataforma da divisão

E ele sempre vem,

Verticalizando beleza a todos, jorrando amor e luz

Fomentando reações internas calorosas

Que alenta, nos envolve, nos seduz

Teu brilho nunca cessa, entra em crise, ou se reduz

Pois é fonte abundante, compartilhada a todos

Nobre astro que não é ao acaso

Ser o "O-c-a-s-o" ...

Marcão Cruz
Enviado por Marcão Cruz em 26/04/2019
Reeditado em 28/01/2022
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