LOBO VORAZ
Falácias e aparências dão o tom
Melosidades desandam no "prato"
As cores vivas viram marrom
E a essência nunca recebe um trato.
Palavras "mortas", vazias ou tortas
Vagueiam nas línguas soltas
Envenenadas, perdidas, revoltas
Ensaiam "festas", mas logo são mortas.
Mil das quais, uma ação vale mais
Cobertura de pele de cordeiro
Belo disfarce! Preparado e voraz
Cordato até, mas nunca verdadeiro.
Assim é aquele que seu discurso edita
Abre um "livro" e grita
Exatamente aquilo que ele mesmo não é.
Ênio Azevedo