Fluxo

Estamos em suspensão.

Nós nos assemelhamos no eterno então.

E dentro de mim, bem aqui, você se demora.

Esquece dessas vagas horas.

Os corpos são atraídos, extremos contorcidos.

Pintam com luz e sombra quadros vazios.

E estamos - não tem onde, nem quando -

A nos absorver, de modo,

Que só vejo e reflito nós - unos.

Sopro do instante do agora.

Devoramos o que existe.

Inventamos milagres sem escolta.

Que abençoam, renovam, afloram.

São espelhos de um infinito sem voz.

Estamos a sós.

Flutuamos na dimensão.

E nos assimilamos na eterna fuga

Com ardor e com doçura da solidão.

Mariane Amaral
Enviado por Mariane Amaral em 25/04/2019
Código do texto: T6631854
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