Fluxo
Estamos em suspensão.
Nós nos assemelhamos no eterno então.
E dentro de mim, bem aqui, você se demora.
Esquece dessas vagas horas.
Os corpos são atraídos, extremos contorcidos.
Pintam com luz e sombra quadros vazios.
E estamos - não tem onde, nem quando -
A nos absorver, de modo,
Que só vejo e reflito nós - unos.
Sopro do instante do agora.
Devoramos o que existe.
Inventamos milagres sem escolta.
Que abençoam, renovam, afloram.
São espelhos de um infinito sem voz.
Estamos a sós.
Flutuamos na dimensão.
E nos assimilamos na eterna fuga
Com ardor e com doçura da solidão.