O Dia

Ouça! …

No silêncio/

A mata gemer/

Pássaros chorarem inconsolados/

Árvores morrerem caladas/

A terra sofrendo e o rio se entregando a dor/

Ouça! …

Nessa cidade/

Feita pra melhor abrigar/

O homem come a miséria/

Cultua as dores da guerra/

Que torna refém a paz/

E transforma as mãos feitas para o trabalho/

Em dores cruéis ao seu próximo/

Veja bem!

Que o dia do fim, não será amanhã,

Mas o dia em que se vive/

Pois a cada instante a lei do egoísmo viceja /

Como erva da ninha/

Cegando os olhos/

Criminalizando o bem/

Popularizando o mal/

Deixando a vida difícil de viver/

Vemos na carne agressões sem idade/

O coração fomentando maldade/

De toda sorte, que se envenena a morte/

Homens e mulheres sem rumo/

Amontoados na imoralidade e no desejo de coisas/

Quais norteiam o espirito, de uma liberdade/

Cárcere privada de dores inimagináveis/

Que adoecem pra sempre a alma/