Catedrais
eu penso que visite meus olhos
parcialmente devorado
como um homem ama uma mulher
meio bonito, meio terno, meio perecível.
com todos os desfalecimentos
boca nua, drinque rude.
demora o barulho da alma em telas de bambu
amarradas com fio de sedas
encoberto por um silencio imenso no coração
deita-te nos degraus quentes de pedra
se espalhe com o sol à curva das costas
-parecem catedrais-
doce e extremo deixa-te perceber por transparência
alto e infame
divida em antes e depois a ilusão completa
em beijos longos que durem três dias
meu repouso, meu sossego.
devora então, o espaço, o nada.
tudo me sobra
que só seu fim assusta