VOTA BRASIL

Rio, 23/09/95.

No jardim do palácio

Homens há que procedem bem

São os que ficam aquém

Fora da grande sala de reuniões.

Há homens sentados ali

Lutando firmemente por si

Pelo seu bolso que já anda cheio

Representantes do povo, que feio!

Usam palavras cheias de beleza

Têm os olhos como ave de rapina

Aparentemente mostram realeza

Tempo há que chilreiam em cada esquina.

São como lobos vorazes

E andam a caça de incautos

Tempo há que pelos belos cartazes

Juntam-se a eles os faltos.

Parecem que têm muitas bocas

São politicamente polidos

São todos como ouvidos

Quando falam são palavras ocas.

São como parasitas na árvore

Que sugam sua seiva

São lobos transfigurados em cordeiros

Gananciosos a cata de dinheiros.

Vivem firmados em enganos

Pervertem a verdade absoluta

Pelo pobre, dizem, é nossa luta

São palreadores delirantes, insanos.

Sorriso e belos rostos apresentam

São mascaras que sustentam

Proferem lindas palavras com lisonjas

Estão mergulhados na mentira como esponjas.

Desconhecem a vergonha

Dizem que é mesmo assim

Temo que alcancem o posto maior

Ninguém se levanta para nisso por fim?

O bem maior de uma nação

São os filhos verdadeiros,

Mas há os paridos alheios

São os filhos de prostituição.

A canção manda levantar

O escrever pode transformar

Temos ferramenta à mão

Façamos, ó povo, na votação!