MAIS UMA CAMINHADA
MAIS UMA CAMINHADA
Luzes artificiais
E um luar dos grandes
Me iluminam
Faróis verdes amarelos vermelhos
Alternam-se em inutilidade
Tudo é silêncio nas ruas
Que dormem
Aos poucos bípedes
Que circulam em quatro pés
Apenas o negro asfalto é o caminho
Bem devagar vai chegando a aurora
Com sua aquarela
Ao longe começa a dissipar-se a bruma
Que encobre a Mantiqueira verde
Que surge aos pedaços
Entrecortada pelos pombais de cimento
Pássaros começam o ritual de cantoria
Do novo despertar
Logo deixarão as poucas árvores que os abrigam
Irão a busca de alimento
Enquanto eu faço o inverso
Chegar em casa
E entregar-me à poesia
Entre os muros de mais um dia