Um Sonho ( ato 2)
No abismo escarpado
Da alma caída e doída,
Adormecido o sonho
Jazia imóvel,letárgico.
Era fundo despenhadeiro.
Creio grave o acidente
Que arrojou o Sonho lá!
Ele parecia não respirar...
Era meu, resolvi olhar.
Estava furiosa com ele,
Havia fugido de mim,
Mas ao vê- lo senti pesar...
O havia criado com amor,
Bebeu minhas lágrimas,
Ele me era querido sim!
Quando fugiu senti falta.
Ele respirava débil ainda,
Pediu perdão por tudo,
Súbito quedou mudo
Hirto, havia partido.
Não!!! Era meu amigo!!!
-Sonho, fala por favor!!!
Não me deixe sozinha!!!
Preciso muito de ti!!!!
E supliquei alto à Deus
Que o deixasse comigo
Seria muito cruel o castigo
De tomá- lo de mim.
Luz ofuscante se fez!!!
Trêmula eu caí de joelhos,
O sonho pareceu despertar.
Mas aí acordei do sonhar.