PRECIOSIDADES (159)
À HORA DO ALMOÇO
Pelo sapê furado da palhoça
milhões de astros agarram-se luzindo;
o pai, há muito, madrugou na roça:
a mãe prepara o almoço. - O sol é lindo.
Canta a cigarra; o porco cheira; engrossa
o fumo dos tições; - anda zunindo
à porta um marimbondo; e fazem troça
as crianças com um ramo o perseguindo.
Correm, chilram, vozeiam, tropeçando
num velho pote; - a mãe, zangada, ralha,
a avó lhes lança o olhar inquieto e brando.
No chão um galo ajunta o milho e o espalha,
enquanto a um canto, as penas arrufando,
põe a galinha num jacá de palha.