Tango abstrato

minha alma coloca uma rosa na boca

e dança um tango abstracto

com a suavidade dos abismos

não derramados

reza os passos abafados da tristeza

perde a brancura dos cisnes.

uma lágrima chora

embaixo do vaso de planta da entrada

fora de foco, não tem mais tamanho.

vejo a mão que recolhe o silêncio plácido

como se fosse o ar

enquanto o nada segura o punho

e, beija meu cabelo.

a noite, um fiapo de extrema precisão no horizonte

sob o esquecimento de olhos absurdamente

atordoados.

surge uma estrela

incondicionalmente perdida.

e, sincera.

Vania Lopez
Enviado por Vania Lopez em 19/04/2019
Código do texto: T6627354
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