Tango abstrato
minha alma coloca uma rosa na boca
e dança um tango abstracto
com a suavidade dos abismos
não derramados
reza os passos abafados da tristeza
perde a brancura dos cisnes.
uma lágrima chora
embaixo do vaso de planta da entrada
fora de foco, não tem mais tamanho.
vejo a mão que recolhe o silêncio plácido
como se fosse o ar
enquanto o nada segura o punho
e, beija meu cabelo.
a noite, um fiapo de extrema precisão no horizonte
sob o esquecimento de olhos absurdamente
atordoados.
surge uma estrela
incondicionalmente perdida.
e, sincera.