...não importa

Há latência nas lembranças longínqüas?

será conformismo em saber da saudade?

Pensamentos mesmos desbotam com o tempo?

Mimos de reflexões que desgastam,

deixa-se viver o verso de agora

traz o próximo poema na aurora,

respira-se espontaneidade

de ser, do querer, do ver e ouvir

a melodia dos ventos,

a sinestesia desta alegria,

que é ser, estar e fazer

o amanhecer...

Deixemos a lágrima para outro instante

noturnos olhares decidirão se vêem,

se ficam ou se sentem;

adormecerão em sonhos?

Só o amanhã responderá;

não importa...

Agora estou eu aqui a escrever.

Boa noite.

*Inspirado no heterônimo de Fernando Pessoa - Alberto Caeiro.