As Lágrimas da Desolação
Deposito minhas esperanças nas dádivas do amanhecer
Quero que o dia permaneça unido nas asas de minha alma
Como dar um passo se meus pés estão em uma encruzilhada de fogo
Sombras paralisam meu corpo, apenas quero olhar para aquela luz mais uma vez
A chuva derrete meu corpo e a dócil armadilha desaba no meio da escuridão
Desejo ter a tona a acidez de minha amizade no dócil copo da esperança
Estranhos olham para a cruz da igreja e lembram de seus entes queridos
Meu desejo despista a penumbra do amanhecer no cálice inóspito da redenção
Meu coração submerge nas coroas da inimizade
Quero reconhecer sua face no espelho da desolação
O Sol foi engolido pelas trevas e os côvados insinuam a partitura da destruição
Lágrimas caem nas valetas que vão até os mares da solidão
Meu coração delimita o confisco do destino na alforria da noite
Como esquecer de seu beijo no último de sua vida
Os acordes silenciam o mel amoroso de sua boca
Sozinho e derrotado vou caminhando todo machucado até o reino da luz
Como olharei o mundo de cima se não sei o que é ser feliz
Memórias passadas me machucam por dentro
Apenas quero delimitar o suspense retórico de minha desilusão
Presságios silenciam o caráter uniforme da vingança
Me tornei um prisioneiro na alça da noite
Olho para as estrelas e elas não tem mais seu valor
Minha mente viaja na penumbra do destino
Esperando encontrar algum resquício nos cálices abissais do futuro