Aldeia
Na minha ilha/
Dizem que sou o dono/
O Todo poderoso/
Mas na prática, não mando nada/
Vejo o samba seguir ordens/
Sinto a harmonia ser escravizada/
Ficar o tempo todo calada/
Quando sou acuado/
A votar em bandidos e soldados/
Pareço ser o senhor/
Acontece, que não sou nada/
Sou ignorante dessa faixada/
Não me sinto responsável e como irresponsável/
Sigo sem estrada/
Já nem sei o que fazer/
Já penso em ter que sair/
Ir para um paradeiro ignorado/
Como coadjuvante do pecado/
Nessa aldeia, com senado/
Um circo improvisado/
Sem ordem e leis malcomunadas/
Vou dizendo amém/
E agradecendo a jornada/
Não temos quem nos ensine/
Quem nos respeite/
E os direitos são propagandas/
Que muitos amigos meus/
De norte a sul acreditam, que irão acontecer/
Nesse futuro, até meus filhos/
Já proclamam a nossa partida/
Pelo bem da vida, que aqui não valorizam/
E talvez pela ignorância, não sabem/
Não reconhecem o valor/
A ideia aqui é de bens/
De ambicionar tesouros e poder/
Que não leva/
Ah se não houvesse amigos/
Essa terra seria o inferno/