O Preço do meu Pão
nessa noite
dormem as pedras
e as pernas da Maria no cidadão
também dormem
a obra do canteiro,
a romaria canavieira e servidão
e o folhetim amotinado,
na tinta e no gargalo,
cochila o sono embriagado
até o canto das estrelas
pernoitam e de encosto,
com os pés pra fora do lençol
- Mas o ouro é insone e de costume,
o anel que rege o estrume
e nunca faz adormecer o preço do meu pão