Dor que corrói e dias intermináveis
Dor que corrói e dias intermináveis
Passa hora, hora que estaciona
Minutos contados em infinitas recontagens
Estagnação, inércia e sobrevida
E viver é dor que corrói
Nas lamúrias e entrelinhas vãs
Uma felicidade eu inexiste é tão presente
Torna-se objeto e objetivo
Fixação doentia pelo subjetivo
Enquanto viver é dor que lancina
Meus minutos, mente que jamais se cansa
Nem tampouco produz algo belo
E em inenarráveis formas, sucumbe a autodestruição
Para lamentar a incredulidade de nada ser
De nada existir
A não ser a mera percepção do outro
Mais uma lágrima
Vermelha tal vinho, viscosa tal sangue
A pele perfurada, porfiria alastrada
A mente doentia
Que busca incansavelmente o descanso da morte insopitável
Eduardo Benetti