Horizonte Longínquo
O que pode saber a mente, joia desconhecida, oculta, ausente?
Uma diminuta pérola, que de dentro tudo e a todos sente;
No escuro, isolada, de forma alguma podes tocar;
O vento que sopra lá fora, além do mar.
De dentro da oca noite escura, resoluta e presa;
Apática, triste, onde de nada pode ter certeza;
Do sol jamais vira, um único raio a brilhar,
De dentro do crânio escuro, não lhe chega, ao menos, uma brisa de ar.
Tateando no escuro, como morcegos
Numa caverna escura,
Que nas paredes sempre tromba,
que nada mais vê a não ser profundas sombras.
Então, o que é o cérebro, preso no escuro profundo,
sem nada poder entender ou ver do mundo?
O que é de fato você? Uma pérola profunda, escura,
ou tudo aquilo que não podes ver?
Realmente encontraremos, algo que
Ao menos poderemos, um breve dia apontar?
Ou seremos como nau perdida,
sem uma singela praia aonde aportar?
Porque tantas incógnitas,
dizem que o mundo é fácil de explicar...
Talvez possamos entender as areias,
Mas, de onde vem o mar?
Tudo o que nasce se transmuta,
Desde o primeiro dia,
Tão flexível quanto a linha
Que a um manto docemente fia.
Mas, o que é o manto,
O que de especial tinhas,
Ele o é por si mesmo,
Ou o conjunto de suas linhas?
Nas asas de um pássaro
Com as penas a voar,
Estende-se pelo mundo,
Apenas nas asas do ar.
Como pode o homem dele se apartar,
Ele entra, te dá forças,
Vida e energia, sem ele
nem um passo podes dar.
Como exprimir todo o Ser,
Num mundo por si mesmo comprimido em níveis?
Continue, vá, atravesse!
Nuvens e montanhas intransponíveis,
Lembre-se ,toda a vida é um poema,
escrita em prosa e em verso.
E cada estrofe dessa linha,
segue construindo o seu universo.
Nessa incógnita de viver,
só há uma pergunta a se fazer...
Desta infinita brincadeira,
Quem poderá surgir que lhe conte,
todos os segredos além do horizonte...