Espetáculo sul-americano do amor trágico
Espetáculo sul-americano do amor trágico
Queria eu sentar e assistir ao deja vu
do encontro que marcamos e não fomos
das fábulas no qual nos figuramos
como animais que falavam sobre a vida
e sobre a incoerência de ser humano
Queria tu que andassemos ao léu
e navegassemos a linha do equador
nos trópicos do meu signo de capricórnio
mas fomos bruscamente impedidos
pelo câncer do teu trópico
E antes que pulasse da beirada do mundo
fiz com que o universo soubesse
que tu era o tempo todo o tempo inteiro
essência mêcanica que escapou da física
raio de luz independente do Sol.
Juntos, eramos o cânhamo clandestino
que fumamos para burlar a gravidade,
um plano elaborado para atingir o céu
sem a escolta sombria da morte.
Eramos a lembrança de Veneza
que submergiu no mar, ainda habitada
pelo suspiro dos amantes.
Mas hoje, depois de ti
sou o corpo de uma sombra
um atalho de sentimento
a profecia hereditária de meus pais,
E os povos que nos assistiam choraram
alagando as enconstas continetais,
era a tragédia grega sul-americana
tão real, que chegava a ser mais real
que a própria realidade,
ao fim todos aplaudiram de pé
a vida que imitou tão bem a arte.