VELEIRO
Poema de:
Flávio Cavalcante
Veleiro à deriva no mar bravio
Ventos balouçantes em águas loucas
A noite que chega fazendo muito frio
Findando as esperanças que não são poucas
Veleiro que ancora em qualquer cais
É âncora fixada em areia no deserto
É um vento que sopra em outros ais
É o errado que não quer saber do certo
Veleiro que arrasta para as águas profundas
Correntes de águas escuras e frias
Loucas e dispersamente oriundas
De chuvas torrentes e bravias
Veleiro que te quero ancorado
Numa margem de horizonte sereno
Em meio a neblina e o vento gelado
Banhado de chuvisco constante e pleno
Veleiro ergue tuas velas ao vento
Ancora noutro cais toda a verdade
Leva de volta o meu pensamento
Ofertando as águas a minha saudade