Memória
quem habita aquela foto que não é minha,
na parede daquela casa a qual não pertenço,
da imagem que sei que não sou eu?
Não reconheço, nem da fachada, essas janelas.
É o tempo que elas imigram ou
o vento que me sorriem as varandas?
e contemplo a dúvida como o passo, o descaso do sono
de um rosto que se esvai, porque toda lembrança é chuva,
e uma rua que cai
mas não há mal que não se lembre,
do mal que não aflija a dor de quem não sofra,
mas até dessa, esqueço o nome.