É tudo desfeito

Inflamado pelo descaso
O tempo caminha e se abre em versos
Em alas de um vazio pleno
No eco que envolve horas
Surge uma canção em ordem crescente
No sulco cadente da luz quase pálida
Que favorece o entardecer
Pelo destino a vida prossegue
Na desconstrução deixa uma sombra
E sem conceito respinga sobre  uma ideia
Numa poesia riscada na brancura do papel
Nem era segredo os sonhos achados ali
Sigo e passo pela brisa em cores
Que pensa em golfar os sonhos no mar
Não sei do que ainda vejo sem propósito
É tudo desfeito no silêncio
E prossegue onde escrevo o que nada sei
A solidão perpassa no horizonte
Maculando todos os temores ocultos
O caminho escorre de dentro para fora
Na preciosa rotina em que vivemos
Quebrando a doçura formal
Na legenda secreta do caminho sem tempo




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Gernaide Cezar
Enviado por Gernaide Cezar em 10/04/2019
Reeditado em 14/04/2019
Código do texto: T6620225
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