QUASE POETIZEI A LUA

Rio, 18 – 19/07/2006.

Flutua nua

No céu a lua

A realidade crua

Que paira na rua.

No céu flutua

Nua a lua

Realidade sua

Está seminua.

Quem vê com olhos

Fala com a boca

Promete aos molhos

Numa canção louca.

É chegado o tempo

E traz todo vento

Ideias e prosopopeias

Propagando panaceias.

O povo olha da rua

Onde paira nua

E ainda flutua

A desejada lua.

E tem hospital

Só pra Fulano de Tal

E federal, estadual, municipal;

Tudo feito pra animal.

Eu da rua

Contemplo a lua

Que paira nua

E bela flutua.

Mas a sanguessuga

Burla orçamento,

A verdade cria ruga

Por passar tanto tempo.

Está tudo dominado,

Só há falcatrua,

O povo abobalhado

Olhando para a lua.

Boa é a verdade nua,

Mas cobrem-na de sofisma.

Será que é cisma?

Mas a cambada continua...

A lua flutua

E paira na rua

A realidade nua

Descascada e crua...