Confusão e ilusão
Naquele pequeno espaço
Entre as turbulências,
Plantei e colhi sonhos,
Desloquei-me no vazio
Do céu noturno,
Fui a estrela mais solitária,
Porém a mais brilhante
Do meu universo inteiro.
Camuflo-me em metáforas,
Sempre minhas mais
Almejadas palavras,
O batimento cardíaco
De inquietos sentimentos.
Isolamento como
Método de cura,
Sem barulhos,
Sem desavenças,
Apenas eu
E o estático hoje.
Não fará parte
Da eternidade
Esta inércia
Pacífica e contemplativa,
Não fora feito para durar,
É somente para o agora
E nada mais após.
Mais uma insegurança
Destacada entre outras,
Inclino minha cabeça
Para ouvir as vozes
Do outro lado porta,
Mas não tenho
A coragem de olhar
Pelo buraco da fechadura.
Quero correr
Incessantemente pelas ruas
A procura de mim mesmo,
Mas o receio de
Me perder nelas
Me mantém preso
Em meu cativeiro voluntário.
Quero saber como é
O gosto dessas sensações
Censuradas e proibidas,
Aprender com a dor
E a aflição que vêm
Após o prazer de cada pecado.
Entre as premonições,
Essas ilusões se tornam
Cada mais vividas,
Minha confusão cintila
Uma luz ofuscante
Como um Sol
Caído sobre a escuridão.
Perco pedaços de mim
Entre as transições,
Não sobrou tempo
Para voltar e
Os encontrar,
Permaneço incompleto
Até a um ponto
Onde eu possa sobreviver sem eles.
Mais um pensamento fútil
Criado e acobertado
Pela mente que está
À espera por algo
Que possa a consertar
E lhe dar as chances
Que não tivera da primeira vez.
Eventualmente,
Nós encontraremos
As tão escondidas respostas,
Viveremos no medo
E na dúvida das perguntas até lá.
Os anos e as mudanças
Estão em uma corrida
Cujo ponto de chegada
É o fim de toda a senciência,
Veja-os correr em uma
Velocidade inacompanhável.
Tudo e todos
Como mínimas partes
De um paradoxo
Maior do que
Imaginar possa conceber,
Vou decifrando em
Passos lentos e furtivos...