Madrugada




Você recorda àquele tempo em que
a sua inspiração aflorava nas madrugadas,
que tinham um sabor de poesia,
os meus olhos iam viajando feito a pluma
que ao vento se delicia sem pressa de pousar,
depois a alma num fôlego só,
cada sentimento sorvia,
Inebriava-se de ternura, e ao fundo a melodia
dos pássaros à cantar, despertando lá fora,
fazia mais forte, a poesia, num amor desperto,
ansiando que o dia amanhecesse logo,
só para sair por aí imitando a ave afoita que voa,
voa, mas, sabe onde fica o seu ninho,
acredito que o sinônimo de poesia,
é a liberdade dos passarinhos,
pode ser também essa vontade de dormir,
só para poder outra vez sonhar,
embora as minhas madrugadas agora sejam frias,
de solidão, saudade e medo,
de continuar amando você, só e sem segredos.

 
Liduina do Nascimento
Enviado por Liduina do Nascimento em 07/04/2019
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