CONCRETUDE DO SONHAR (*)

Terna mulher adormecida,

silêncio qual morte contida,

em sono profundo do amanhã,

momento de prazer, vida sã.

Relevo montanhoso coberto por lençol,

até pareces querer esconder-se do Sol,

encobrindo o corpo desejado,

harmonioso, pareces inspiração de fado.

Mas a noite não é perpétua;

logo, logo uma claridade continua...

e o dia não espera qual decreto.

Eu que nada tenho por perto,

saio do sonho que parecia certo,

penetro a realidade do concreto.

(*) Do livro do autor PEDAÇOS DE UMA EXISTÊNCIA (Litteris, 1999).

Oswaldo Francisco Martins
Enviado por Oswaldo Francisco Martins em 06/04/2019
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