Métrica poética

Uma trama incerta

Entre um matemático e um poeta

Em uma página analfabeta

Brotariam rimas corretas

Repetia-se o número de sílabas

Em tão planejada métrica

Sagrado lirismo, o Caaba

Perdeu-se em rimas elétricas

E o carinho inato

Não obediente a regras

Via um poeta ingrato

Que não sabia andar às cegas

O encanto vagueia

Não cabe no homem que calcula

A beleza então esperneia

Se a poesia é feita com bula

A beleza do soneto

Por vezes é feito com gravetos

Ou com que a chama for simultânea

A graça lírica é espontânea

Planta poética se faz sem régua

Não se calcula o seu espaço

Esgueira-se sonoridade sem tréguas

Cria-se a roda lírica sem compasso

Roberto Chaim
Enviado por Roberto Chaim em 06/04/2019
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