Métrica poética
Uma trama incerta
Entre um matemático e um poeta
Em uma página analfabeta
Brotariam rimas corretas
Repetia-se o número de sílabas
Em tão planejada métrica
Sagrado lirismo, o Caaba
Perdeu-se em rimas elétricas
E o carinho inato
Não obediente a regras
Via um poeta ingrato
Que não sabia andar às cegas
O encanto vagueia
Não cabe no homem que calcula
A beleza então esperneia
Se a poesia é feita com bula
A beleza do soneto
Por vezes é feito com gravetos
Ou com que a chama for simultânea
A graça lírica é espontânea
Planta poética se faz sem régua
Não se calcula o seu espaço
Esgueira-se sonoridade sem tréguas
Cria-se a roda lírica sem compasso