A cozinheira
Pegou o cálice, levou à boca e engoliu a bebida
Ela, atrás da porta, olhava a tudo escondida
Pegou o cálice, levou ao alto e brindou sozinho
Ela, atrás da porta, tapou com os dez dedos um risinho
Ele posou o cálice sobre a mesa
Ela, atrás da porta, sentiu-se a mesma
Ele, bravo homem
Ela, cozinheira
Ele bebia o vinho do cálice
Ela a água da moringa
Ele deitou na rede e até sonhava
Ela dos restos dele se alimentava
Sonho agudo de homem grande
Ela guardou o cálice na última estante
Cavalos, pradarias, namorada na janela
Bucha de aço, cozidos, gordura na panela
Ele despertou contente: queria o mais depressa um cálice de água-ardente.
Ela desesperou-se de surpresa, e levou a ele o cálice na mais fina bandeja
Ele a olha e pega o cálice. Leva à boca
Ela, atrás da mesa, sente-se outra
Ele despenca desengonçado
Ela, atrás da porta, ri um riso largo
E comeu banquete
deitou na rede
sonhou com frango e com peixe
e depois até lembrou