POETA

Rio, 22/04/91.

Quisera ser poeta um pouco

Mas dizem que sou louco

Porque falo livremente

E falo de repente...

Contente!

Triste!

Sorridente!

Falo da vida que nunca vivi

Falo de morrer e nunca morri

Falo de crer e cri.

Sou poeta desde que nasci!

Sou poeta no ser

Sou poeta no Ter

Sou poeta no olhar

Sou poeta no falar

Sou poeta no perceber

Sou poeta não por querer

Sou poeta, um simples poeta...

Por que sou poeta?

Por que da alma escrevo?

Este sentimento que aflora

Com frases implora

A escrever em simples palavras

O sentimento escondido

A transbordar da boca poeta

Que prova o ouvido

Do ouvinte atento

Que sente no coração

O poema como espada

E extravasa a emoção

Nos olhos rasos d’água.