TENTÁCULOS - PT. 3

Um espécie de “uuuuuuhh...”, que tomava conta – e se impregnava – à toda as coisas.

- A gente podia voltar em casa... perguntar pra alguém na rua... saber se é seguro.

Tudo o que Taise fez, foi dar um suspiro forte e irritado. Loki conhecia bem o suspiro... estavam juntos há seis anos e tiveram poucas grandes brigas. Isso porque conseguiam compreender previamente uma situação de tensão entre os dois. Loki sabia que se falasse em ir embora mais uma vez... a coisa ia ficar feia. O que ele não sabia é que, apesar de a briga ser feia... eles estariam brigados, mas estariam vivos. O uivo saía do buraco deixando-os em transe.

De repente um feixe de sangue brotou do buraco, como se o mesmo estivesse começando a sangrar. Taise agarrou novamente a mão de Loki e o puxou com força... não que Loki tivesse resistido, de forma alguma... Na verdade os dois correram como crianças em direção ao buraco. E finalmente... tentaram olhar o que tinha dentro dele.

- UÉ...? – Loki tinha uma olhar frustrado, como uma criança que pede um videogame de presente de natal e ganha roupas. Ele olhou em volta, incrédulo abrindo os braços de um jeito questionador.

Taise continuou encarando. Ela tinha um rosto incrivelmente infeliz. Mas continuava encarando enquanto seus olhos se encharcavam de lágrimas que iam caindo uma a uma dentro do buraco escuro.

- Amor... parece que não têm nada aí. Quer dizer... é muito escuro. Eu não estou vendo nada aí...

- Nem eu – respondeu Taise, chorando... - Mas... eu não sei, eu não quero ir embora...

- Nem eu, querida, nem eu... que tal ficarmos aqui, sentados mais um pouco?

- Acho bom! – Taise olhou nos olhos de Loki e sorriu.

Eles já iam se sentando quando o primeiro tentáculo apareceu.