Julgaram-me culpado de algum crime
e eu, fui condenado.
A humanidade condenou-me de hipócrita.
Não importa!
Queriam me roubar a liberdade de pensamento,
não aceitei.
Preferi cumprir minha sentença.
Lá fora, um pelotão de fuzilamento me espera.
E eu aqui, aguardo atento.

Enquanto o tempo passa,
relembro as brincadeiras de infância.
Nenhuma em especial, 
como um beijo roubado de Alice.

Porém, a espera continua.
Hoje será o fim, derradeiro.
Mas, por favor.
Não me roubem mais nada!
Deixem-me viver ao menos
está morte por inteiro.


                                         Setembro de 1998.