Velha prostituta
Velha prostituta<br>
Seus saltos riscavam fundo as calçadas,
Enquanto ela andava para lâ e pra cá,
As vezes se desequilibrava meio tonta
Efeito de anos na bebida, perdera a conta
Noite triste, vazia, sem uma companhia,
Ela continuava andando já em agonia.
Um carro parou próximo ao sinal,
Ela se entusiasmou, nada era especial.
Voltando sobre os próprios passos.
Ela concluiu que ali nao tinha mais espaço
Apesar do curriculo e da experiência
Estava difícil garantir a sobrevivencia
Mudar de vida poderia ser soluçao
Afinal não podia deixar de comprar o pão
Sem arrependimentos, com nova visao
Ela deixou de se alugar e passou então
A se desdobrar a frente de um bar
Os primeiros dias foram terriveis
Aos poucos com suas historias divertidas
Foi encantando a todos pela cidade
Gozava dias de grande felicidade
Nos labios enrugados o vermelho denunciava
A verdadeira e maquiiada idade
Nao era grande a prosperidade
Ao se mirar em frente ao espelho
Da vida ja nao tinha tanta vaidade
Lembrava-se de tanta insanidade
E sonhava se um dia na eternidade
Fosse recebida que seus pecados
Todos fossem por Deus perdoados
Pois em sua alma ainda restava
A chama do amor e da bondade.