A DOCE FONTE DA VIDA
Poema de:
Flávio Cavalcante
 
I
Hoje me despeço de tudo daqui
Adeus a quem amei e também odiei
Na mala da vida só o canto do colibri
E as rosas que por acaso um dia plantei
II
Ao chegar no mais longo infinito
Como a ave de rapina no além horizonte
Afogando na garganta o meu alto grito
Sentindo ainda o gosto da doce fonte
III
Voando sem asas, sombra e brisa gelada
Arrepiando minha pele e todo meu corpo
Puxando da lama a alma atormentada

Buscando o novo e para trás deixando o tropo
IV
Estou no meu leito de morte com fé
E se eu morrer asfixiado pelo amor
Saiba que no lugar onde eu estiver
Estarei com anjos cantando louvor
V
Basta a certeza que cumpri a missão
Neste mundo do grande labirinto
só quero a paz em meu frágil coração
Na livre estrada que agora me sinto
VI
Comprei a passagem e essa é só de ida
Quem sabe um dia eu possa voltar
Não quero ninguém chorando a partida
De toda uma vida que na campa vai ficar

 
 
Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 01/04/2019
Código do texto: T6612949
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2019. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.