Nudez da alma

É como se o lençol que a cobrisse,

despencasse...

e a desnudasse por completo.

Não mais escondia os sentimentos que a compunha.

Eram as cinzas que sobravam

daquele incêndio

que a queimou por inteiro.

Uma explosão gerada pelo gás

concentrado de suas decepções.

Primeiro sentiu.

Depois engoliu.

E por fim, quase asfixiada, sem ar,

ergueu a cabeça e pediu socorro.

Era um grito, uma súplica e um clamor.

Era a certeza de que havia um culpado.

Era a prática de um criminoso,

um sem coração, um rochedo.

Atiçou-lhe fogo e disse que era aconchego.

Agiu de má fé,

tentou matar tudo,

menos seu medo.

Agora era reconstruir em cima daquele despejo.

Perdeu tudo,

menos a esperança.

Mônica Cordeiro
Enviado por Mônica Cordeiro em 01/04/2019
Reeditado em 06/05/2019
Código do texto: T6612651
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