Nudez da alma
É como se o lençol que a cobrisse,
despencasse...
e a desnudasse por completo.
Não mais escondia os sentimentos que a compunha.
Eram as cinzas que sobravam
daquele incêndio
que a queimou por inteiro.
Uma explosão gerada pelo gás
concentrado de suas decepções.
Primeiro sentiu.
Depois engoliu.
E por fim, quase asfixiada, sem ar,
ergueu a cabeça e pediu socorro.
Era um grito, uma súplica e um clamor.
Era a certeza de que havia um culpado.
Era a prática de um criminoso,
um sem coração, um rochedo.
Atiçou-lhe fogo e disse que era aconchego.
Agiu de má fé,
tentou matar tudo,
menos seu medo.
Agora era reconstruir em cima daquele despejo.
Perdeu tudo,
menos a esperança.