Soneto XIV
Meu dia eu já sei
Há de ser num novembro
Ela vem me buscar, a mãos estendo
Como eu sempre sonhei.
Será numa linda tarde
Onde o sol deixa o céu cor laranja
E, vejo surgir, por entre minhas franjas
Aquele que eu chamo covarde.
Há de ser um dia após
O décimo dia do mês da morte
Finalmente eu e a morte a sós.
Há de ser um dia eterno
Ao menos pra mim, maldito sem sorte
Hei de ir sem parada ao inferno.