PARA SEM VOCÊ
PARA SEM VOCÊ
Marituba, 21/01/18.
Descobri que o vazio já não é tão vazio
Como eu pensava que era.
Sabe aquela sensação
Estranhamente inquietante
Que atrofiou a minha existência poética?
Ufa! Já não consome
Minhas noites-dias-noites.
Parabéns!
Isso, já não me é,
Tão importante de importâncias.
Meu corpo não reclama há ti.
Tenho suficientemente certeza
Que esvaiu-se de mim por completo.
E eu?
Refiz-me!
Unicelular sou!
A multiplicar-me!
Kkkkkkkkkkkkk!
E no deserto que assombrou meus olhos
Descrentes e medrosos
Com seus dias
Combustânicos insuportáveis.
E suas noites anavalhadamente frias.
Que adenteçavam meus ossos e carne.
Deixando ao relento
Meus bens mais preciosos
Minha alma
E meus versos.
Nele? Plantei flores
E hoje colho
Lindos crisântemos anis.
E os meus dias-noites-dias
São mais proveitosos
Até mesmos os mais chuvosos
E solitários.
As minhas mãos tem, todos os dias,
Novos motivos para escrever.
Principalmente quando
Mergulho em mim
Buscando aprofundar-me
No oceano desconhecido
Dos sentimentos humano.
E isso é tão
Afogantemente afagante.
Anna Voegg