O Cego e o Caminho da Luz

Olho para o chão e vejo um mar de abismos em minha frente

Ninguém entende a tristeza de um homem

Que busca vivenciar seus desejos na amargura do destino

Quero apenas encontrar um abrigo de paz

Na escuridão advinda de meu coração despedaçado no suspense moldado pela ilusão

Ando solitário, tímido com a mão no bolso olhando para o pôr do sol

Querendo encontrar uma resposta nesse mundo de sofrimento e amargura

Deito no banco do bosque e me entristeço lembrando do meu presente

Assolado pelas tempestades de tristeza

Ando ao escurecer querendo o amor do luar buscando entender a voz do silêncio

Sigo em direção as estrelas que me levam para o deserto da saudade

Choro e vivencio a solidão angariada pela vivência de meu olhar

Me sinto como vivesse em outro mundo e onde ninguém me entendesse

Desesperado entrecorto a nuvem da madrugada

Esperando um pouco de sossego na praça central da cidade

Lâmpadas iluminam minha face onde choro no calor do crepúsculo

Quero que alguém me puxe para fora desse abismo

Será que um cego pode enxergar o caminho da luz ?

Uma direção, um pensamento, parece que minha emoção sangra o enigma da dor

Sou tão jovem para entender o sentimento estarrecido de uma alma

Quero resplandecer na luz atômica no meio da escuridão

Meus sentidos asfixiam a chance de buscar um caminho nas frestas da felicidade