O amor purifica a alma.
No princípio foi criada com pureza.
Era conhecedora do bem e da beleza.
Mas o orgulho a poluiu com a vileza.
Do poder da cobiça na árida ardileza.
Agora já não é pura adeus ao jardim.
É apreciadora da luxúria, carmesim.
A gula insaciável é o seu vil festim.
Assim segue a alma no seu camucim.
E na oferta não aceita vem a inveja.
E a ira a morte dum inocente enseja.
E segue a alma pelo mundo na peleja.
Que obscurece o ser que o ter deseja.
E a alma mergulha na danosa avareza.
Cobrindo a terra numa fria malvadeza.
E sem bom ânimo se vai na lerdeza.
De um querer só pra si da triste frieza.
Mas o amor criador jamais a deixou.
E na plenitude do tempo se apresentou.
E o caro avivamento a todos ensinou.
Que o amor purifica o que Ele criou.
(Molivars).