O amor purifica a alma.

No princípio foi criada com pureza.

Era conhecedora do bem e da beleza.

Mas o orgulho a poluiu com a vileza.

Do poder da cobiça na árida ardileza.

Agora já não é pura adeus ao jardim.

É apreciadora da luxúria, carmesim.

A gula insaciável é o seu vil festim.

Assim segue a alma no seu camucim.

E na oferta não aceita vem a inveja.

E a ira a morte dum inocente enseja.

E segue a alma pelo mundo na peleja.

Que obscurece o ser que o ter deseja.

E a alma mergulha na danosa avareza.

Cobrindo a terra numa fria malvadeza.

E sem bom ânimo se vai na lerdeza.

De um querer só pra si da triste frieza.

Mas o amor criador jamais a deixou.

E na plenitude do tempo se apresentou.

E o caro avivamento a todos ensinou.

Que o amor purifica o que Ele criou.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 29/03/2019
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