O EXCLUÍDO
Não queria tanto,
Pois tanto, era muito mais
Do que precisava.
Não precisa de tanto,
Pois tanto,
Era muito mais do que queria.
Navegando por entre mares de incertezas,
Cedo da manhã,
Saiu de casa.
No farnel,
Pouco e quase nada
Para o sustento da prole.
Na cabeça,
Um desejo,
Somente um:
Um trabalho para lhe consumir as forças.
Nas ruas por onde andou,
A certeza da inépcia de suas forças.
Nenhum trabalho,
Nenhum alento para seu desejo.
Voltou pra casa,
Triste de mais.
Olhares tristes,
Corpos frágeis,
Desolação.
Impotente,
Sem eira nem beira,
Olhou pro céu matutino e,
Buscando respostas de Deus,
Se perguntou:
Que foi que eu fiz?
Resposta de Deus:
Nada.
Rui Azevedo - 20.09.2007