UM CORPO VAZIO! (157)
Deu adeus baixinho, sussurrando,
Ao ver seu amor saindo, se afastando,
Lentamente, o escuro, a envolvendo,
E, pouco a pouco, ir se apagando...
Era apenas um corpo, ali plantado, parado,
O coração batendo forte, querendo acordá-lo,
Pulava em seu peito, desesperado,
Ele não se movia, não atendia seu chamado...
Suas veias pulsavam, como um rio bravio,
Estava paralisado, o semblante doentio,
Seu sangue corria , em ebulição,
Em suas têmporas batia, como água num paredão...
Seus olhos vermelhos, rasos de lágrimas,
Que não corriam, paradas, estagnadas,
Queriam jogar-se, inundar lhe a face,
Fazê-lo atrás dela, correr, talvez isto adiantasse...
Suas pernas dobraram-se, caiu de joelhos,
Não há como ouvir, do corpo os apelos,
Pois, a alma cansada, com seu amor, foi embora,
Restou, um corpo vazio... Só com lembranças, agora...