UM SOLO ESTÉRIL

Acorrentado o meu silêncio

Arredia-se ante os discursos entrincheirantes, inflamados.

Diante de uma fuga impossível

Ficamos nós, comendo os milhos transgênicos, dos sabugais.

Pátria amada!

Foste varonil, enquanto eu era jovem.

Hoje, envelhecidos e pobres

Arrebata-nos a nostalgia dos tempos idos.

Um solo estéril de agrotóxicos se delineia

Ouro, prata e petróleo escasseia dia-a-dia.

Sobrará uma estrada sinuosa.

Abarrotada por ferro velho, dos carros último-tipo.

O mar de plástico nos cercará.

As algas povoarão as praias.

Sobrará a areia fedorenta e seca para os banhos de sol.

Robertson
Enviado por Robertson em 27/03/2019
Reeditado em 08/01/2020
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