Desabafo

Quero poder fugir da harmonia

Venal dos infernos puritanos

Das mais ditas teorias dos insanos

Quero carcomer a folha do pergaminho

Abrindo-lhe a retórica gritante

De longo de cada perímetro

Surge um odor de sangue

Que me persegue até a sepultura.

No decorrer destes cem mil anos

Nada de novo surgiu no estrondo

Das pugnas, das intimidações

Das batalhas que devem ser cortadas

Ao meio, pelo rei Dite, o Anjo de Luz

Como uma espada rompe as carnes.

O oceano da história é rumoroso

E os condenados serão enforcados

As intolerâncias devem sangrar

Até a última gota vital execrável

Nesta treva púrpura da morte.

Querem meu sangue profícuo

Meus saberes tentam ignorar

As loucuras não esquecem

As formosuras são efêmeras

E as mulheres são carentes

Viva noite de delírios indecentes.

HERR DOKTOR

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 20/09/2007
Reeditado em 16/10/2008
Código do texto: T660874
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