Desabafo
Quero poder fugir da harmonia
Venal dos infernos puritanos
Das mais ditas teorias dos insanos
Quero carcomer a folha do pergaminho
Abrindo-lhe a retórica gritante
De longo de cada perímetro
Surge um odor de sangue
Que me persegue até a sepultura.
No decorrer destes cem mil anos
Nada de novo surgiu no estrondo
Das pugnas, das intimidações
Das batalhas que devem ser cortadas
Ao meio, pelo rei Dite, o Anjo de Luz
Como uma espada rompe as carnes.
O oceano da história é rumoroso
E os condenados serão enforcados
As intolerâncias devem sangrar
Até a última gota vital execrável
Nesta treva púrpura da morte.
Querem meu sangue profícuo
Meus saberes tentam ignorar
As loucuras não esquecem
As formosuras são efêmeras
E as mulheres são carentes
Viva noite de delírios indecentes.
HERR DOKTOR