O POETA E A ROSA

Rio, 01/08/2010.

Dá-me pena da rosa

Por estar tão sozinha,

Tão calada no jardim,

Nem percebe a joaninha

Que passeia toda prosa

Entre as moitas de capim.

Dá-me da rosa pena

Como está orvalhada!

Ou tem a face molhada?

A rosa tão pequena

Triste e magoada,

Sofrida e calada.

Não ouve a ária

Que entoa o vento,

Nem o canto da passarada,

Nem o zumbir das abelhas...

Tenho tanta dó da rosa,

Parece que vai sucumbir;

Num ímpeto tomei-a na mão

E pus junto ao meu coração:

És inspiração no meu verso e prosa!

Sou o poeta que te ama mulher-rosa!