Palavra de poeta
as horas vão se afastando da margem
o vento muda o percurso das ondas
passa por uma jarra, fica tudo tão parecido
nas áreas claras do mapa
como cabelo, igualando os dois lados.
um fogareiro, um cobertor
pinto as unhas, com as mãos sobre a bíblia.
as coisas que eu não posso
sorrio com alma de mulher
e, com a mesma boca, desculpo-te
... por ser tão bonito
quando acabas no meio da frase
não faço ideia do tempo
deixo tua falta, indicando tua presença
à palavra que me falta.
perco o lápis que ganhei... só de fazer versos pra ti
vou junto com o lápis.
as palavras me dissipam, não morro de verdade.
tomo o lugar delas...
para Valeria Cruz (com carinho)