amada mentira
nada me inspira
nada me tira dessa
desça mais uma dessa
na verdade me deixa
aqui mesmo onde estou
na metade perco a pressa
por não ser mais o mesmo
por não ser mais quem sou
não vou levantar cedo
por isso não durmo
escuro trás medo
quero pra mim
o incomodo do novo
querer dar tudo de mim
ainda mais um pouco
se um terço de mim
supre seu todo
veio do berço
começa do fim
partes como essa
surpreendem a todos
mereço o melhor sim
mesmo sendo um porco
o mundo é de todos
e todos merecem
um pouco do muito
tempo que para
quando eu escrevo
cada linha que mata
uma parte por dentro
ainda bem que por dentro
não existe mais nada
um monte de lácunas
como páginas em branco
um monge sem fortunas
longe dos fios brancos
tantos vivos em prantos
horário de pico correndo
corro em modo automático
façam isso e aquilo...
depois passa no caixa automático
paga isso e aquilo, faça as contas
para ver quanto vale o quilo
saber se bate com a conta
comida na mesa do filho
esses são matemáticos
realidades distintas
eu com versos vazios
como converso sem tinta?
minha boca não abre
entendo apenas escrita
minha mente se abre
tento não ser um escroto
palavras não escolho
elas dizem: apenas sinta
subconsciente não se limita
a mente se expande
consciência não minta
aumente o grave
se preciso grita
só não deixe que agrave
viva essa merda
não sinto que presto
testo a paciência
não vivo de resto
presto minhas condolências
mas não visto seu terno.