O AMOR DE DEUS

Rio, 02/02/82.

Olhei a imensidão do mar

E vi que o homem comparado a ele

É menor que uma gota d'água

Num tanque a pingar.

Olhei o sol no espaço a caminhar

E vi que o homem comparado a ele

É menor que um grão de areia

Que está no fundo do mar.

Olhei as estrelas luzentes,

Na expansão dos céus a brilhar,

E vi que o homem comparado a tudo isto

É menor que fagulhas a queimar.

Olhei tantas coisas belas e imensas,

Feitas pelo nosso Grande Criador,

E vi que tudo isto foi feito para o homem,

Pois cada coisa mostra, de Deus, o Amor.

Olhei também o homem

E o vi, contra este Amor, a se rebelar,

Amor insondável e infinito

Que com palavras não se pode expressar.

Vi também este Amor aumentando,

Mesmo andando o homem a pecar,

Pois olhei o calvário sangrento

E vi Jesus, ali, pelo homem pagar.

Vi ali, Deus encarnado,

Com o rosto de sangue lavado,

Dizendo num grande brado:

Pai está consumado!