Eso-Olhar

A visão é opaca

Na lentura das névoas

Há estreitezas

Fragmentações

Pequenez do olhar

Se vê separatividade em tudo

Sensações de indiferença

Olhares de apontamento

Com tudo que estás a nos permear

O pseudo-ser gira nas grandes rodas

Experienciando as mesmas vivências

Até o oportuno momento do clarear

E enquanto houver cegueiras, encantamentos

Não importa se a estadia será em arranha-céus ou em um simples pomar

As ilusões serão doces e na nossa infantilidade míope, iremos nos chafurdar

Pelo jugo da mente

O olhar se embaçara

O arcabouço psíquico é doentio, prisioneiro

Carecendo de se transformar, libertar

Mas gradualmente

Vem as benesses do universo

Novas abrangências

Encandeando um novo olhar

Se o ser der abertura

Novos espectros de realidade contemplará

As ruminações de fumaça se dissolvem

E terá olhares internos do não-julgamento, complacência, neutralidade

Exponenciando o "eso-olhar" ...

Marcão Cruz
Enviado por Marcão Cruz em 22/03/2019
Reeditado em 28/01/2022
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