PÓ DA ESTRADA

sonhos ao mar,

ilusões ao vento,

desfraldando a esperança,

plurialvos sentimentos

lá no fiel da balança!

o amor subiu no telhado,

a paixão em cima do muro,

clarão de um tiro no escuro,

borboletas na janela,

e o encanto se revela

na palma da minha mão,

no contexto do roteiro,

ou na volta do ponteiro

que marca a hora H,

no fim de tarde do dia D!

santo barroco de plástico,

e o sorriso enigmático

blindado contra a tristeza,

à prova de amargura,

mas que não resiste à candura

do mel de um certo olhar,

poluído de ternura

e de pó da curva da estrada!

AC De Paula

#poetaacdepaula

AC de Paula
Enviado por AC de Paula em 22/03/2019
Reeditado em 22/03/2019
Código do texto: T6604250
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