PÓ DA ESTRADA
sonhos ao mar,
ilusões ao vento,
desfraldando a esperança,
plurialvos sentimentos
lá no fiel da balança!
o amor subiu no telhado,
a paixão em cima do muro,
clarão de um tiro no escuro,
borboletas na janela,
e o encanto se revela
na palma da minha mão,
no contexto do roteiro,
ou na volta do ponteiro
que marca a hora H,
no fim de tarde do dia D!
santo barroco de plástico,
e o sorriso enigmático
blindado contra a tristeza,
à prova de amargura,
mas que não resiste à candura
do mel de um certo olhar,
poluído de ternura
e de pó da curva da estrada!
AC De Paula
#poetaacdepaula