Quando os olhos dançam(homenagem ao público)
Que linda a bailarina!
Que doce de menina
Executando agora o pas de deux
Em torno de você
Os olhos se confinam
Sempre tão ansiosos só pra ver
Um anjo em trajes rosas
Com pernas sinuosas
Que cobrem, com um passo, o palco imenso
E os peitos todos tensos
E os sonhos que vão altos
Nos saltos em que voa a bailarina
E, assim, baila a retina
Que, então, se ilumina
Da inveja ou do desejo que ora afloram
Nas lágrimas que brotam
E que a penumbra encobre
Temendo ser um gesto menos nobre
E o público descobre
Que, em si, a bailarina
Gravou-se em sua memória e lá não finda
Mas sem saber ainda
Que o belo que imagina
Reside na sua alma e lá germina
D.S.